Marie Kondo: Até eles gostaram
Há quem goze. Eu fiquei rendida. Falo da Marie Kondo em mim.
Começou há poucos anos quando li uma reportagem sobre ela no Expresso. Falava num livro que comprei imediatamente. Costumo gozar comigo própria a dizer que foi o meu 1º livro de autoajuda (eu é mais ficção): “Arrume a sua casa, arrume a sua vida”.
Já andava com a necessidade de “destralhar”. E, aqui entre amigas, tinha também a necessidade que o meu marido “destralhasse”.
Dizem que as grávidas têm uma necessidade de “nesting” (fazer o ninho, limpar a casa), e começou realmente na minha última gravidez, há 3 anos. Arrumar, dar/deitar fora o que não usamos nem precisamos. Sempre fui dando e arrumando mas realmente temos mais tralha do que pensamos. Sobretudo, do que precisamos.
A rapariga japonesa parece uma boneca pequena, e é diferente, outra cultura. E percebo que se estranhe que ela cumprimente a casa (sim, uma espécie de reza em que silenciosamente “se apresenta”) e agradeça às roupas e outros objectos dos quais se vai libertar, mas eu adorei.
Como na ficção, o livro é sempre melhor que o filme. Neste caso, a série. Mantenho a opinião mas devorei todos os episódios que estão no Netflix. Várias amigas minhas não conseguiram passar do primeiro. Isto para não elevar a fasquia, é tão subjectivo...
O método da Marie Kondo:
Começas pela roupa. Mas não aos poucos. A ideia é que seja tudo de uma vez. Põe toda a roupa em cima da cama. Sim, TODA: a da outra estação, que está guardada em caixas também. Desde as t-shirts levezinhas aos casacos de Inverno. Tudo numa pilha em cima da cama. Só aí tens uma primeira noção da quantidade de roupa que tens. Ouch. Mais do que esperavas.
Mas deixo apenas o resumo, se estiverem mesmo interessadas, comprem o livro ou vejam a série.
Depois são os livros. Todos em pilhas no chão. Lá em casa até espirrávamos.
Os dois argumentos que mais me ajudaram:
- Há livros que leste mas não adoraste. Então porque é que os guardas?
- Outras leituras que até podes ter gostado mas sabes que não vais reler. Ainda estão contigo porque?
Enfim, na altura que li o livro, isto não me afetou. Mantive todos os livros. Agora, poucos anos depois, ao ver a série, limpei imenso as minhas prateleiras. Tem tudo a ver com a fase de vida em que estás, não é?
Depois vem a cozinha, as papeladas (mais difícil do que ela faz parecer – ou pelo menos para mim), e o importante é deixarmos os objectos sentimentais para o fim. Até lá já sabemos distinguir melhor o que vale a pena manter/guardar (a expressão dela é o que te faz sentir alegria – a expressão em inglês é mais accurate: what makes you spark joy?”), etc.
Dei roupa a amigas, a filhas de amigas, a senhoras que precisam, ao lixo. Panos de algodão dão sempre jeito para limpar vidros, fica a dica.
Dei livros às pessoas certas, outros ainda estão em torres lá em casa para ver o que posso fazer.
Soube bem. E continuo com livros e roupa e a gostar de ter tudo isso. Não sou extremista. Mas penso duas vezes antes de fazer uma compra. E senti-me mais leve.
O título do livro é adequado: arrume a sua casa, arrume a sua vida. Enfim, o caos com os miúdos e a falta de tempo continua mas há uma mudança que estava mesmo (estávamos todos) a precisar: perdemos menos tempo à procura das coisas.
Mariana Alvim
May 20, 2019Elizabete Silva
Mar 01, 2019Maria José Duarte
Mar 01, 2019Marta Coelho
Mar 01, 2019Catarina Holstein
Mar 01, 2019